O repórter Thiago Suman, do Diário do Centro do Mundo, informou com documentos em 12 de maio que o violonista virtuose e compositor Yamandu Costa foi acusado de agressão física, psicológica e sexual por uma mulher com quem teria mantido um relacionamento de três meses em Lisboa.
Essa denúncia foi divulgada antes pela ativista portuguesa Inês Marinho, fundadora do movimento “Não Partilhes”, por meio das redes sociais.
Segundo a publicação de Inês, os episódios teriam ocorrido nos dias 1º e 2 de maio. No primeiro dia, a vítima teria sido agredida fisicamente na presença de seu filho menor de idade. Já no dia seguinte, as agressões teriam ocorrido em público, no Tejo Bar, sendo presenciadas por diversas pessoas, conforme o relato da ativista.
A vítima, cuja identidade está sendo preservada, também afirma que sofreu abuso sexual após Yamandu dar medicamentos para ela dormir, permanecendo inconsciente durante o ato.

Músico Yamandu Costa. Foto: Reprodução/Pedro Zambarda/Drops
Ainda de acordo com a denúncia, um relatório forense e marcas físicas corroboram a versão apresentada.
Inês Marinho divulgou conversas de WhatsApp e trechos do que afirma ser uma denúncia formal protocolada pelas autoridades locais.
Yamandu Costa é um dos nomes mais reconhecidos do violão brasileiro, com carreira internacional consolidada. O músico reside em Lisboa há cerca de sete anos.
Em nota, os advogados de Yamandu negaram as acusações e prometem tomar as “medidas necessárias” contra a autora da denúncia.
“Recebi com perplexidade e tristeza a informação a respeito de graves alegações. Nego veementemente o teor delas, como também repudio qualquer tipo de violência. Aproveito a oportunidade para me solidarizar com as mulheres vítimas de abusos e informar que colaborei integralmente com as autoridades competentes para o esclarecimento dos fatos”, diz a nota divulgada pelo músico e seus advogados.
Outra denúncia
Em uma segunda reportagem, Suman informa que a produtora e cantora brasileira Adriana Giordano, de 60 anos, que vive há mais de 34 anos em Seattle, nos Estados Unidos, afirma ter sido assediada sexualmente pelo músico durante uma turnê no noroeste do país, há três anos.
Após relatar o episódio em seu perfil no Instagram no último domingo, Adriana recebeu 12 mensagens de Yamandu em um intervalo de duas horas. Antes que pudesse ler ou ouvir o conteúdo, o músico apagou as mensagens. Sentindo-se ameaçada pelo contato, ela registrou um boletim de ocorrência na polícia de Seattle, expondo tanto o episódio ocorrido com ela quanto as acusações recentes contra o músico e as tentativas de contato.
“Nunca esquecerei do que vou contar agora. Nunca esquecerei do dia 5 de maio de 2022: Eu dirigia, Yamandu de carona e chovia muito. Tínhamos mais de uma hora de trajeto até o aeroporto. Yamandu, absolutamente do nada, começou a falar da sua esposa Elody, alegando que ela só queria o dinheiro dele, que não trabalhava e eu rebati dizendo que ela cuidava dos filhos dele e esse era um grande trabalho, então ele respondeu: ‘Enquanto estou viajando, ela deve estar fudendo com outros homens’. Arregalei os olhos e reagi, pois apesar de ter presenciado falas muito machistas, sexistas, racistas e pesadas dele durante as vezes em que estivemos juntos, essa sobre a esposa nessa situação me fez primeiro estatelar e depois dizer que não falasse assim da esposa.”
“Não satisfeito, ele foi mais além: ‘O que você acha? Enquanto você está aqui agora seu marido está fudendo com outras mulheres’. Isso me deixou mais áspera e falei que ele mal conhecia meu marido, que não fazia ideia do que estava falando. Então é que Yamandu disse: ‘Se você desse mole eu te comia’. Eu reagi imediatamente, dizendo que aquilo era descabido, que trabalhávamos juntos, que ele poderia pôr essa relação profissional a perder com uma fala dessas. Ele ficou uns cinco ou sete minutos em silêncio e repetiu: ‘Só estou dizendo que se você desse mole eu te comia’. Aí, já indignada, falei que ou ele parava com aquilo ou teria que terminar a viagem ali e largar ele para ir sozinho”, relata.
No aeroporto, Adriana relatou que precisou permanecer na área destinada ao uso de celulares para evitar atrasos enquanto buscava vaga para estacionar. Segundo ela, ao deixar o carro, Yamandu a fitou com expressão de lascívia. “Me olhou com cara de tarado”, afirmou.
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